Enquanto o senador Flávio Bolsonaro dava os primeiros passos como articulador bolsonarista, governadores de direita se reuniram no Rio de Janeiro para discutir segurança pública no âmbito do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud). O governador do Paraná, Ratinho Jr., compartilhou em seu Instagram uma selfie tirada pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Na foto, além de Leite e Ratinho Jr., aparecem os governadores Jorginho Mello (Santa Catarina), Romeu Zema (Minas Gerais), Cláudio Castro (Rio de Janeiro) e Tarcísio de Freitas (São Paulo).
Dos seis governadores presentes, quatro são considerados aspirantes ao Palácio do Planalto. Ronaldo Caiado, governador de Goiás, foi o único ausente da fotografia, apesar de já ter lançado sua pré-candidatura à Presidência da República. A reunião e a foto foram interpretadas como uma demonstração de força e articulação política entre os governadores de oposição ao governo federal.
Eduardo Leite, em sua postagem, resumiu o encontro como a reafirmação da segurança pública como prioridade absoluta dos estados do Sul e Sudeste, conforme expresso na Carta do Rio de Janeiro, documento final do 14º COSUD. Ele destacou a necessidade de políticas públicas efetivas com financiamento adequado e coordenação nacional que respeite a autonomia federativa, comprometendo-se a fortalecer a integração, modernizar estruturas e enfrentar o crime organizado.
Os governadores fizeram cobranças ao governo Lula, criticando a falta de aptidão para lidar com o crime organizado. Leite enfatizou a urgência de uma fonte estável de financiamento federal para a segurança pública, incluindo investimentos em inteligência, identificação multibiométrica, recuperação de ativos e modernização do sistema prisional. Cláudio Castro acrescentou que o Brasil não vencerá o crime organizado com a legislação atual, defendendo mais autonomia para os estados e mudanças nas leis.
Enquanto Tarcísio de Freitas deu destaque a uma homenagem recebida do Bope, Romeu Zema e Ronaldo Caiado confirmaram suas pré-candidaturas presidenciais. A possível candidatura de Flávio Bolsonaro ao Planalto ainda é vista com desconfiança no meio político, com pesquisas de intenção de voto indicando que ele teria um longo caminho a percorrer, especialmente em um cenário de segundo turno contra Lula.
