Uma análise de mais de 100 mil grupos públicos de WhatsApp, utilizando modelos de Inteligência Artificial da Palver, revela que Flávio Bolsonaro está absorvendo o capital digital de seu pai, Jair Bolsonaro, para a disputa presidencial de 2026. Anteriormente, a direita dependia estruturalmente da decisão de Jair Bolsonaro, sem um sucessor claro. No entanto, após o movimento de Jair Bolsonaro em apontar Flávio como seu sucessor, a dinâmica mudou significativamente.
A indicação provocou reações imediatas na elite política e no mercado financeiro, com a Bolsa despencando e o dólar subindo no dia do anúncio. Teses circularam sobre a indicação ser um teste para a sociedade e a base, sem fechar portas para alternativas. O movimento também confere a Flávio a legitimidade para negociar acordos políticos e tomar decisões, evitando um embate interno como o que ocorreu com Michelle Bolsonaro.
Os dados mais recentes confirmam a transferência de capital político no ambiente digital. Pela primeira vez, Jair Bolsonaro deixa de ser percebido como o candidato principal para 2026, sendo superado por Flávio, que ultrapassa 50% de apoio explícito entre usuários de direita nos grupos analisados. Aproximadamente 30% dos usuários ainda preferem o nome do ex-presidente, apesar de sua situação jurídica.
O achatamento imediato do apoio a outros nomes da direita após o anúncio de Flávio corrobora a tese de que Bolsonaro detinha e conseguia transferir capital digital. Embora ainda haja tempo para mudanças até o período de desincompatibilização, a consolidação da base em torno de Flávio torna qualquer recuo politicamente custoso. Declarações de Flávio sobre a possibilidade de desistir da candidatura podem ser estratégias para pautar a imprensa.
A partir de agora, a reação das pesquisas e a capacidade de construção política de Flávio serão os principais termômetros para definir o cenário eleitoral de 2026. A análise, que monitorou mais de 100 mil grupos, demonstrou que a indicação de Flávio como sucessor transformou a disputa em um teste real de transferência de capital eleitoral dentro da base bolsonarista.
