Na manhã desta quinta-feira (4), a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul deflagrou a Operação Castelo de Cartas, com o objetivo de cumprir mandados contra uma organização criminosa especializada em fraudes financeiras. A ação, coordenada pelo Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), ocorreu em Campo Grande e em cidades de outros cinco estados: Distrito Federal, Mato Grosso, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo.
De acordo com as investigações, o grupo atuava de forma estruturada aplicando golpes conhecidos como “carta de crédito contemplada”, além de realizar negociações ilícitas de veículos e imóveis. A delegada Ana Claudia Medina explicou que esse era o foco principal da quadrilha. A análise do Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD/Dracco) identificou que o prejuízo às vítimas ultrapassa R$ 1,5 milhão.
O grupo utilizava contas bancárias de terceiros, incluindo familiares e funcionários, para movimentar valores e tentar ocultar a origem do dinheiro. As apurações também apontaram a ligação do núcleo que atua em Mato Grosso do Sul com investigados de Rondônia, que já haviam sido alvo da Operação Carga Prensada, deflagrada pela Polícia Federal em 2021 para combater tráfico de drogas, comércio ilegal de armas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e exploração de jogos de azar.
A Operação Castelo de Cartas tem como objetivo localizar e apreender bens que possam ser usados para ressarcir as vítimas dos golpes. A Polícia Civil solicitou o bloqueio de imóveis, veículos e valores que ultrapassam R$ 7,5 milhões, montante cinco vezes maior que o prejuízo inicialmente apurado. Após manifestação do Ministério Público, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 7.524.805,40 dos investigados.
O nome ‘Castelo de Cartas’ faz referência ao “desmoronar do sonho” das vítimas, que acreditavam estar realizando a compra da casa própria ou de veículos, mas acabavam sendo enganadas. As ações continuam sob coordenação do Dracco.
