Mato Grosso do Sul (MS) avançou em sua estratégia de descarbonização e economia verde com a publicação da Resolução nº 20/2025 da Comissão Nacional para REDD+ (CONAREDD+), no Diário Oficial da União em 17 de novembro de 2025. A resolução aprova a elegibilidade do estado para acessar pagamentos por resultados de REDD+ no bioma Cerrado, com a Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) responsável pela captação e comercialização de créditos de carbono.
O reconhecimento federal atesta que Mato Grosso do Sul cumpre os critérios técnicos, jurídicos e de governança exigidos pelo mecanismo internacional de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, vinculado à UNFCCC. Isso permite ao estado acessar recursos internacionais para conservação florestal e combate às emissões. O secretário Jaime Verruck destacou que a elegibilidade confirma um modelo de governança ambiental robusto e alinhado às melhores práticas internacionais, transformando a conservação em oportunidade de desenvolvimento sustentável. O secretário adjunto Artur Falcette ressaltou o potencial de créditos de emissões evitadas no Cerrado, enfatizando a necessidade de estruturar o pipeline de verificação, certificação e comercialização com transparência e repartição de benefícios.
Durante a COP 30, em Belém, o governador Eduardo Riedel anunciou que em janeiro de 2026 a Semadesc lançará um edital de Chamamento Público. O edital visa a apresentação de propostas para a estruturação, desenvolvimento, monitoramento, verificação, certificação e comercialização de créditos de carbono no âmbito do REDD+ no bioma Cerrado em Mato Grosso do Sul. O objetivo é organizar o mercado de carbono com base em governança, segurança jurídica e ampla participação de parceiros especializados.
Na submissão ao CONAREDD+, Mato Grosso do Sul demonstrou uma redução consistente das emissões por desmatamento, além de possuir políticas públicas, sistemas de monitoramento e salvaguardas socioambientais consolidados. O estado abriga 62,2% de Cerrado, 27,3% de Pantanal e 10,5% de Mata Atlântica, com mais de 110 mil quilômetros quadrados de vegetação nativa remanescente. Com a elegibilidade reconhecida e o edital anunciado, Mato Grosso do Sul consolida sua transição para um modelo de desenvolvimento baseado em conservação, tecnologia e geração de valor ambiental, aproximando-se da meta de se tornar território carbono neutro até 2030.
