O crescimento econômico de Mato Grosso do Sul, projetado para registrar o terceiro maior PIB do país em 2025, está proporcionando um alívio financeiro aos cofres públicos. Essa melhora ocorre após uma queda na arrecadação, principalmente devido à redução na importação de gás boliviano. Em entrevista, o governador Eduardo Riedel (PP) avaliou que o aumento das atividades econômicas estaduais serviu como um respiro em meio à crise financeira enfrentada pelo governo do estado.
Riedel destacou que a perda da arrecadação do ICMS proveniente do gás boliviano foi o principal fator do desequilíbrio momentâneo. Ele ressaltou que, como um dos estados que mais crescem no Brasil, outras fontes de receita aumentaram, não por endividamento, mas pelo dinamismo da atividade econômica. Segundo um estudo do Banco do Brasil, Mato Grosso do Sul deve apresentar um avanço estimado de 5,3% em seu PIB.
O estado tem atraído investimentos privados substanciais, incluindo as fábricas de celulose da Arauco e Bracell, que juntas ultrapassam R$ 50 bilhões. O bom momento econômico também é impulsionado por investimentos em infraestrutura logística, como a Rota Bioceânica e a Rota da Celulose. Atualmente, Mato Grosso do Sul lidera as exportações de celulose no Brasil, é o quarto maior exportador de carne bovina e o terceiro em etanol, com vendas para 35 países.
Historicamente, os cofres estaduais sentiram o impacto da redução da importação de gás natural boliviano, que antes representava até um terço da receita do ICMS. Atualmente, o setor contribui com cerca de 10% do imposto recolhido no estado. Para garantir o equilíbrio fiscal, o governo implementou cortes de gastos a partir de agosto, visando uma economia de pelo menos 25%.
As medidas de contenção de despesas incluem cortes na aquisição de veículos, participação em eventos, horas extras e revisão de despesas de custeio. Riedel enfatizou que o trabalho rigoroso nas despesas e a qualidade do gasto têm garantido resultados, assegurando o equilíbrio fiscal para o ano corrente e com expectativas de maior reação nas receitas estaduais para o próximo ano.
