Petrobras posterga para 2029 a conclusão da fábrica de fertilizantes UFN-3

A Petrobras adiou para 2029 a conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3 (UFN-3), localizada em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul. O anúncio foi feito durante a apresentação do Plano de Negócios 2026–2030 da estatal, na sexta-feira, 28 de novembro de 2025.

A nova previsão representa uma revisão em relação ao plano de 2024, que estimava o início das operações para 2028. A UFN-3 está hibernada desde 2015, e o processo de reavaliação foi iniciado em 2023, após a aprovação do retorno da empresa ao setor de fertilizantes. O custo estimado para a conclusão da UFN-3 é de aproximadamente R$ 3,5 bilhões.

Segundo o plano divulgado, a Petrobras planeja investir R$ 15,8 bilhões nas áreas de refino, transporte, comercialização, petroquímica e fertilizantes. No setor de fertilizantes, a conclusão da UFN-3 é o principal projeto. Para as demais unidades, como Fafen-BA, Fafen-SE e Araucária Nitrogenados (ANSA), o foco será a manutenção da operação.

De acordo com a companhia, o adiamento ocorre devido a um cenário de preços menores do petróleo. O plano reforça a prioridade em disciplina de capital, eficiência, corte de gastos e regras mais rígidas para a aprovação de novos projetos. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que os investimentos totalizam US$ 109 bilhões e têm o potencial de gerar e sustentar 311 mil empregos diretos e indiretos, contribuindo com R$ 1,4 trilhão em tributos nos próximos cinco anos.

O projeto da UFN-3 prevê a produção anual de cerca de 1,2 milhão de toneladas de ureia e 70 mil toneladas de amônia. A localização da unidade visa atender produtores de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e São Paulo. A ureia, fertilizante nitrogenado mais consumido no país, deve alcançar uma demanda próxima de 7 milhões de toneladas em 2024, atualmente suprida por importações. As obras da UFN-3 começaram em 2011 e foram interrompidas em dezembro de 2014. Em fevereiro de 2017, a estatal anunciou a venda da UFN-3 e da ANSA, mas o processo foi suspenso por uma decisão do STF. A venda foi retomada, mas um grupo russo desistiu devido a dificuldades no fornecimento de gás natural.

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