A Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) está defendendo uma estrutura regulatória mais ágil para controlar a crescente presença de javalis em Mato Grosso do Sul. Esta questão tornou-se uma prioridade para o setor produtivo devido aos riscos ambientais e sanitários representados pela espécie.
Fernanda Lopes de Oliveira, consultora técnica da Famasul, enfatiza que o javali deve ser reconhecido como uma espécie invasora de alto impacto. Ela argumenta que este reconhecimento deve orientar toda a política de gestão, garantindo um processo mais claro, rápido e seguro para produtores e manipuladores.
A Famasul está a pressionar pela simplificação das autorizações de gestão, integração entre agências ambientais, sanitárias e de segurança, e formação contínua para os manipuladores, a fim de garantir ações legais e seguras. Os principais desafios incluem a falta de dados precisos sobre a população, ações fragmentadas entre produtores e CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores), e riscos sanitários devido à proximidade de explorações de suínos.
Estudos recentes, incluindo um relatório de 2019 do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e pesquisas de 2022 da Embrapa Pantanal (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), identificaram as regiões mais afetadas. Municípios como Aral Moreira, Guia Lopes da Laguna, Ladário, Laguna Carapã e Rochedo são considerados áreas de prioridade extremamente alta para controle do ponto de vista ambiental.
A proximidade de javalis a explorações de suínos representa riscos sanitários. Regulamentos específicos (Portaria nº 3.755/2025), monitorados pela Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), estabelecem requisitos mínimos de biossegurança para explorações comerciais de suínos. As medidas incluem barreiras físicas, cercas reforçadas, controle rigoroso da entrada de visitantes e monitoramento sanitário constante de animais domésticos.
