Editorial
Renovação - É hora de novas ideias e propostas
| VICTOR CURRALES
São Gabriel do Oeste, é hoje sem nenhuma dúvida, uma potência entre os municípios do Mato Grosso do Sul. E essa pujança, com ofertas de empregos e dados socioeconômicos crescendo a cada dia, têm causado uma explosão populacional que têm gerado dificuldades para a gestão municipal pressionado cada vez mais a oferta de serviços públicos, porém em contrapartida, fez com que a população atual em torno de 30 mil habitantes, se transforme num município chave para aspirações eleitorais onde diversas forças disputam a maior densidade de votos tanto em nível estadual quanto no âmbito municipal.
Para se ter uma ideia, a taxa de crescimento nominal do nível de atividade da cidade de São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul, nos últimos cinco anos foi de 44,3%. Entre 2006 e 2021, o crescimento do PIB municipal apresentou o quarto melhor desempenho da região imediata.
Em 2022, a população de São Gabriel do Oeste era de 29.579 pessoas, o que representa um aumento de 33,47% em relação ao Censo de 2010. No ranking de população dos municípios do estado, São Gabriel do Oeste está na 17ª colocação.
No campo político municipal, a história mostra que ninguém deve, tem, ou terá espaço político garantido. E as últimas eleições mostraram claramente que São Gabriel do Oeste tem e terá novos competidores nessa seara.
São Gabriel do Oeste, vive, portanto, novos momentos no qual novas lideranças políticas vêm dando as cartas.
Mudanças intensas no panorama político do Estado, nos últimos anos, fizeram com que nomes como Leocir Montagna, Rogerio Rohr, Dr. Clodoaldo, Luizinho Freitas, Ramão Gomes, Valdecir Malacarne, Fernando Rocha, Vagner Trindade, Ailto Seibert, Kalícia Brito, Perkão Sales, Edson Tozzeto, Geraldo Rolim e outros estreantes na política como Evandro Biazus, Ana Moreira, Rose Procópio, Valter Brandão se destacassem e assumissem o protagonismo das ações e das articulações em nível municipal.
Na outra ponta, antigos atores e seus remanescentes na política são-gabrielense, como Adão Rolim, Sergio Marcon, Jeferson Tomazoni, que até há pouco tempo tinham muitas influências, hoje, embora ainda na ativa, perderam espaço, poder e influência, mesmo entre seus correligionários.
Essa renovação dos nomes, teoricamente, poderia significar uma renovação de ideias e uma oxigenação na política local. No entanto, segundo a opinião de observadores de plantão, isso não está acontecendo necessariamente, pois entende-se que essas lideranças surgidas recentemente estão ocupando espaços que foram deixados vazios nos últimos anos, mais por “culpa” dos próprios políticos tradicionais do que por mérito dos recém-chegados.
Primeiro, é que esses espaços que estão sendo ocupados por essa nova geração de políticos, foram deixados pela precariedade jurídica que cercam os partidos políticos no Brasil, onde os caciques determinam quem vai ou pode coligar com quem sem se importar com os interesses coletivos locais. Sendo assim os partidos em geral não existem mais, são apenas siglas perdidas, que só ainda não é retratada assim no jornalismo porque tem essa trajetória, essa história que eles (partidos), se confundem com a redemocratização no Brasil.
Isso é fato. Há, porém fatos e circunstâncias naturais como os falecimentos de nomes históricos que comandavam esses quadros como Delci Maccari, Anito Facini e Pio Tomazoni, cuja ausência nos pleitos recentes fez com que o município tivesse esses espaços a serem preenchidos. Ou seja, a perda da força política dessas lideranças abriu o caminho para a renovação.
Essa mudança, representa a proliferação de novas lideranças políticas. O tempo passa mesmo, e é preciso ter outros nomes, tanto no cenário municipal quanto no cenário estadual/nacional. E o surgimento disso fenômeno natural, pode ser em consequência do que a população acabou de ver com relação ao resultado das eleições em São Gabriel do Oeste e muito próximo daqui no município de Bandeirantes-MS, que até o momento segue indefinida, acaba desiludida.
Há de se ponderar que, ainda não é possível afirmar que a renovação em curso, representa o surgimento de novas ideias e de novas tendências na política local. Ainda se vê, os novos quadros que estão em evidência manterem as mesmas práticas e vícios dos caciques partidários.
O que se espera desses novos personagens, novas lideranças é que eles tragam consigo, alguma qualidade no que diz respeito a discernimento, esclarecimento e transparência. Ou vamos aceitar que a mudança de nomes só aconteceu porque os antigos líderes envelheceram.
Na esteira dos últimos acontecimentos em São Gabriel do Oeste, é de uma desilusão generalizada da maior parte da população com a classe política, dando então lugar ao surgimento da figura do “não político”. Na maioria, são pessoas relativamente conhecidas do público, sobretudo empresários ou autônomas, que tinham ou tem envolvimento com partidos políticos ou com o processo eleitoral em si.
Alguns exemplos desse novo perfil são o ex-vice-prefeito José Luiz Ribeiro de Leon, Julio Bortolini, Dr. Osvaldo Gois, Odair Junior entre outros.
As ações dos “não políticos”, sempre deu certo, pois alguns, em algum tempo, foram eleitos e tiveram aprovação popular e depois se retiraram, outros atuam nos bastidores
Porém, a concorrência está aumentando e alguns desses nomes terão de trabalhar muito para se manter nas próximas disputas e os neófitos precisam não apenas ouvir mas materializar o clamor das ruas.
E o que então explica a entrada de novos players? Diversos prefeitos da região conquistaram seu segundo mandato em 2024 (a reeleição foi recorde no estado) e já se preocupam com a possível falta de projeção política ao término de suas gestões. Para esses, uma alternativa é disputarem uma das cadeiras na Assembleia legislativa do estado em 2026.
Junior Mochi de Coxim, é o único representante da região na assembleia Legislativa e precisamos de novos nomes ali também, o daqui a pouco ex-prefeito, Jeferson Tomazoni, há algum tempo, condicionou sua vontade de estar lá, e agora o futuro vice-prefeito Rogério Rohr, já ensaia os primeiros passos para essa caminhada.
Ter boa relação com a base do governo estadual, e com os líderes políticos da região, é condição imprescindível para sucesso nessa caminhada. Nós do Jornal o Gabrielense, sempre defendemos essa ideia sobre a possibilidade de São Gabriel do Oeste ter o seu primeiro deputado estadual eleito em 2026.
Entretanto, no cenário de acirramento das disputas, as acomodações abrem espaços para novos competidores. Quem tende a sair prejudicado são velhos medalhões da política local, acomodados em suas bases, que não perceberam a nova competição.
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