Policial
Tenente-coronel que matou o marido major vai a julgamento nesta quarta-feira
Defesa alega legitima defesa, enquanto acusação sustenta que ela teve intenção de matar
| VICTOR CURRALES
A tenente-coronel da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul Itamara Romeiro Nogueira deve ser levada a julgamento amanhã, no 2º Tribunal do Júri de Campo Grande, pelo assassinato do marido, o major Valdeni Lopes Nogueira, também da PM.
O crime ocorreu no dia 12 de julho de 2016, durante uma briga do casal, na residência localizada na Rua Brasil Central, Bairro Jardim Santo Antônio, na Capital.
A mulher alega legítima defesa.
O júri, a ser presidido pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, está marcado para as 8h30min, e, em razão da pandemia do novo coronavírus, serão feitas restrições quanto à entrada de público.
Conforme orientações do magistrado, haverá acesso para cinco familiares da vítima e cinco da acusada.
O público poderá entrar se houver desistência de comparecimento dos familiares, até o número de 10. Já a imprensa terá de fazer revezamento no local.
A Promotoria de Justiça sustenta que Itamara Romeiro, agora na reserva da PM, matou o marido utilizando-se de uma pistola. Alega que teria havido uma discussão entre o casal dentro da residência.
Valdeni Nogueira teria se dirigido à porta da casa que dá acesso à garagem para deixar o local, momento em que a tenente-coronel teria sacado sua pistola e desferido diversos disparos contra a vítima, que morreu a caminho do hospital.
Ele teria recebido dois tiros, sendo um no tórax e outro nas costas.
Há alegação de que, no dia seguinte ao crime, os dois viajariam para Maceió (AL) em férias e de que Itamara teria arrumado as malas e ao pedir ao marido para arrumar a dele, ele teria dito que não mais viajariam.
Os dois acabaram discutindo, com ofensas mútuas, o que acabou motivando o homicídio.
Versões
Os assistentes de acusação contratados pela família de Valdeni Nogueira, os advogados Aparecido Tinti Rodrigues e Edson José da Silva, vão mais além do Ministério Público Estadual, argumentando que Itamara alega legítima defesa porque não havia testemunha dos fatos e tais alegações ficam somente nos relatos da tenente-coronel.
Segundo eles, a militar agiu com a intenção de matar, pois se não fosse assim teria atirado contra as pernas do major.
Além disso, afirmam que a vítima estava desarmada no momento e a mulher tinha técnica e habilidade para atirar.
Enquanto isso, os advogados de defesa de Itamara, José Roberto Rodrigues da Rosa e Marcus Vinicius Machado Abreu da Silva, sustentam que Itamara agiu em legítima defesa.
Dizem que, por vezes, o major apresentava-se agressivo, chegando a agredir a esposa.
O caso
No dia do crime, em 12 de julho de 2016, a briga entre os dois policiais militares começou porque o major Valdeni Lopes Nogueira, então com 44 anos, desistiu de viagem de férias do casal. O embarque estava marcado para o dia seguinte.
Segundo versão de Itamara, Valdeni não apresentou justificativa para a desistência e, durante a briga, começou a agredi-la com socos no rosto e braços.
Além das agressões, Valdeni Lopes teria dito que pegaria arma no carro e que atiraria na cabeça da esposa. Nesse momento, ela fez dois disparos contra ele. Os tiros acertaram a vítima nas costas.
A tenente-coronel Itamara Romeiro Nogueira, de 41 anos, tem vasta carreira na Polícia Militar e até posou para livro da instituição como representante de bons exemplos.
Depois do crime, ela permaneceu na ativa até dezembro de 2020, quando foi reformada administrativamente pelo Conselho de Justificação da Polícia Militar, o que significa que ela não pode exercer nenhum trabalho ativo na corporação.
Em maio de 2020, transferência para a reserva remunerada, com salário de mais de R$ 22 mil, foi publicada pela Agência de Previdência Social de Mato Grosso do Sul.
Fonte: Thiago Gomes/CE
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