O Partido Progressistas (PP), presidido pelo senador Ciro Nogueira (Piauí), que será o próximo chefe da Casa Civil, entrou no páreo para ser o destino do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). 

A possível ida do mandatário nacional à legenda animou o presidente do partido em Mato Grosso do Sul, o deputado estadual Evander Vendramini, que fala até mesmo em trazer a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, à legenda, para a disputa de uma eleição majoritária (ao Senado ou ao governo).  

“A indicação do presidente nacional do PP [Ciro Nogueira] para um cargo ministerial mostra interesse do Bolsonaro não só no partido, mas indica também um possível retorno à sigla”, afirmou Vendramini. 
O deputado estadual frisou que Bolsonaro passou grande parte de sua carreira política, quando era deputado federal, no partido. 

“Foram onze anos de mandato pelo partido, e penso que o presidente da República não voltará ao PSL. Então, como presidente do diretório regional, eu vejo uma possibilidade muito boa de ele voltar e estar filiado ao PP nas eleições de 2022”, disse.  

Evander ainda destacou que o interesse de Jair Bolsonaro pode abrir as portas do PP e também trazer novas lideranças para o partido, que em mato Grosso do Sul ainda é considerado uma legenda de porte mediano diante das outras.  

“Aqui no Estado avaliamos bem essa sondagem e digo que, se o presidente Jair Bolsonaro voltar ao partido, será bem recebido”, frisa. “Além disso, a vinda dele vai deixar o PP mais atrativo e, consequentemente, vai trazer novas lideranças”, afirmou.

Vendramini fala até mesmo em uma possível ida da ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM), ao partido. Seria uma forma de acomodá-la em uma legenda alinhada ao governo, em uma candidatura majoritária em 2022. “Ainda somos um partido em crescimento no Estado, e ela poderia ser o nosso destaque para o próximo ano”, disse o parlamentar.  

O Correio do Estado também procurou o outro deputado estadual do PP, Gerson Claro. O parlamentar, entretanto, mais ligado à base do governo Reinaldo Azambuja (PSDB), não quis comentar a possibilidade de Bolsonaro ir para o partido.  
E o Bernal?
Se Bolsonaro for, de fato, para o PP, o ex-prefeito da Capital Alcides Bernal ficaria na mesma legenda. Bernal candidatou-se a deputado federal nas eleições de 2018, teve boa votação.

Porém, em virtude de condenação por órgãos colegiados após feitos durante sua gestão como prefeito da Capital, teve sua candidatura impugnada por ter sido enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

Procurado pelo Correio do Estado, Alcides Bernal (PP) disse que apoia a ida do presidente Bolsonaro ao partido e também a ida de novas lideranças. 
“Avalio de forma muito positiva esse interesse do presidente Jair Bolsonaro pelo PP, principalmente por indicar alguém como Ciro Nogueira [PP-PI] ao cargo de ministro da Casa Civil. Esse é um momento em que o presidente da República precisa de apoio”, disse o ex-prefeito da Capital.  

“Estabeleceu a base no Congresso com Arthur Lira [PP-AL] e agora vai ter como auxílio o Ciro. A vinda dele para o Progressistas vai trazer novas lideranças para MS, como a ministra Tereza Cristina [DEM], que terá a liberdade para se candidatar a qualquer cargo de sua escolha”, destaca Bernal, frisando a aliança entre Bolsonaro e o partido ao qual pertence.  
Questionado se disputaria as eleições em 2022 caso Bolsonaro filie-se novamente ao PP, Bernal disse que ainda aguarda um posicionamento do partido. 

“Quem gosta de política nunca se afasta por completo, sempre fica por perto, e eu sou assim. Me coloco à disposição do Progressistas e vou reforçar o apoio com aqueles que votaram em mim, porém, quero ter meus direitos reconhecidos para poder disputar as eleições em 2022 e, com satisfação, se tivermos como candidato a presidente Jair Bolsonaro”, dispara.

Fonte: Graziella Almeida